
Será que são os melhores anos da nossa vida?
A entrada no ensino superior é um marco importante na vida de todos os estudantes universitários. Pode ser uma experiência maravilhosa, divertida e emocionante, mas também assustadora e desafiante.
É natural que, no decorrer do teu percurso sintas que o mundo universitário não é tão libertador e cor-de-rosa como imaginavas.
Desde frequências a ter de dividir casa com pessoas desconhecidas, a vida académica pode ser geradora de grande ansiedade e pode levar algum tempo até que sintas que estás realmente adaptado e integrado.
Enquanto jovens universitários somos expostos a diversos fatores de risco, que afetam a nossa saúde mental, inclusive os períodos de transição, as preocupações financeiras, assim como a pressão dos pais/ dos pares, e inclusive a pressão que colocamos em nós próprios!
A saúde mental inclui o nosso bem-estar emocional, psicológico e social, e problemas a este nível podem afetar a nossa forma de agir, de pensar, de sentir, assim como de relacionar com o outro.
Gostaria de te convidar a refletir sobre o percurso académico de um estudante universitário com o diagnóstico de depressão.
“Quando entrei para a Universidade, ia exatamente com a ideia de que seriam os melhores anos da minha vida e foi uma grande desilusão quando percebi que seriam provavelmente os piores. Sempre tinha tido facilidade em fazer amigos e naquele momento parecia que só tinha a capacidade de afastar as pessoas. Não me sentia bem com ninguém. Na realidade, vim eu a perceber tempos depois, porque não me sentia bem comigo. Tudo era dor e sofrimento, até as coisas mais bonitas e triviais da vida. Os momentos de avaliação, então, eram vistos como um obstáculo enorme. O facto de não conseguir acreditar em mim levava-me sempre a pensar que não ia conseguir. Senti-me muitas vezes incompreendido e sozinho, mas foi também nesta solidão e com acompanhamento psicológico – que foi crucial – que me conheci como o meu verdadeiro melhor amigo, a pessoa verdadeiramente responsável por mim. Se ainda custa não terem sido os melhores anos da minha vida? Às vezes. Mas gosto mais de pensar (e acredito muito nisso) que se não o foram é porque o melhor ainda está por vir.”
Anónimo
Nunca é demais realçar a importância da Saúde Mental numa fase tão exigente das nossas vidas. Não hesites em procurar ajuda e faz de ti a tua principal prioridade.
Bárabra Lume (Coordenadora de RH)