
A criança no mundo dos grandes…
Este texto sai a 16 de março de 2022, exatamente um dia depois de eu ter completado 18 anos. Por este motivo, achei por bem partilhar convosco um pouco da minha experiência no mundo do associativismo juvenil sendo ainda menor de idade.
O meu percurso na AJMC…
Faço parte da associação desde que esta era um projeto informal, o famigerado For UM we Connect, há aproximadamente 10 meses, e deixem-me dizer-vos que enquanto estudante do ensino secundário que nunca tinha tido nenhum contacto, nem com o mundo real do trabalho, nem com o mundo do associativismo, tem sido uma experiência e tanto.
Quando entrei, passei por um período de adaptação, tive por volta de 4 meses a tentar perceber o que é que sequer estava a fazer a maior parte do tempo. Era muita informação de uma vez só… estava a ser introduzido ao conceito do que eram reuniões – algo que só pensava que malta que trabalha das 9 da manhã às 5 da tarde num escritório de uma empresa genérica qualquer é que tinha.
A minha sorte foi a de que a equipa à qual tinha sido inserido era muito acolhedora e trabalhadora, e tinha o cuidado de fazer com que os novos membros se sentissem à vontade. Não obstante, para o bom introvertido que sou, precisei do meu (demasiado longo) espaço de tempo para me habituar às personalidades (tão diferentes e fortes, por sinal) de cada um.
E assim começou a minha jornada…
Nesse verão organizamos o nosso primeiro evento presencial na pousada da juventude. Um evento destinado a ajudar os estudantes de 12º ano, que estavam prestes a ingressar no ensino superior – e a ironia de tudo isto era eu estar ainda no 11º ano. Acho que não preciso de mencionar a quantidade de informação que tive oportunidade de adquirir naquele espaço de uma tarde, de forma adiantada. Fiquei a saber o que eram Tunas (que não fazia a mínima ideia que existiam), pude perceber o quão a Universidade engrandece uma pessoa em todos os níveis, assim como entender a necessidade que é expandir horizontes e ter experiências novas. E num espaço de 5 minutos, sou chamado a preparar coffee breaks, mover cadeiras, e sair desse transe que era o evento em si. Foi a primeira vez que pensei “Uau, estou a trabalhar!” e acreditem que foi uma sensação muito estranha, mas boa. Foi algo que não pensava que ia sentir tão cedo, mas fico contente por tê-lo sentido.
Ao longo dos meses seguintes, acabei por solidificar muitas soft skills…
Com a transição do projeto informal para associação, comecei a trabalhar de forma mais presente nos posts e stories do Instagram, juntamente com outros membros da equipa, e pude trabalhar diretamente com algo que pretendo seguir no futuro, que é a área da multimédia. O trabalho trouxe responsabilidade e, consequentemente, tive de desenvolver as tais soft skills que mencionei anteriormente, entre elas: gestão de tempo, ética de trabalho, iniciativa, motivação, e pude transpor estas habilidades para a minha vida pessoal, e deixem-me que vos diga, nunca pensei que pudesse procrastinar tão pouco como faço agora!
Com estas experiências que tenho vindo a colecionar, deixo aqui a minha vontade de ter no ensino superior, iniciativas ou projetos que se assemelham ao que se adquire ao estar numa associação, pois enquanto apenas estudante, acabei por perceber que estava dentro de uma bolha que se baseia naquela rotina escolar, e todas estas memórias e habilidades que adquiri nos últimos dez meses mostraram-se essenciais ao meu dia à dia. Espero que muitas pessoas da minha idade possam ter esta experiência e passar por processos semelhantes porque daqui a uns anos, quando chegar ao mercado de trabalho, sei que vou ter comigo alicerces para me segurar e não irei ter tantos problemas na adaptação e transição para “o mundo real”.
André Jardin